Triste é você
descobrir que o computador virou o melhor amigo do homem.
Triste é você
acabar escravo dos “tizapps” da vida e, na ânsia frenética de dar respostas,
descobrir que seu dedo aperta 3 letras ao mesmo tempo. Você leva mais tempo para corrigir do que levaria
para escrever. Não se faz mais dedos como antigamente !
Triste é você
descobrir que a bengala virou o móvel mais importante da sua casa.
Triste é você
não poder tirar aquele livrinho da estante mais alta da sua biblioteca porque não
pode mais subir os degraus daquela escadinha de meio metro de altura.
Triste é não
poder mais ler bula, plaquinha, aviso, coluna de jornal e o que mais for, porque
as letras ficaram misteriosamente miúdas e você precisa de uma lupa para enxergá-las.
Triste é você
descobrir que o nível do chão ficou mais
baixo do que era antes, e que o mesmo sofá no qual se sentou toda sua a vida
ficou mais longe e agora você desaba nele como um saco de batatas.
Triste é
quando você conta aos seus amigos que votou no Bode Cheiroso, e eles dizem que você é o responsável pela desgraça que desabou sobre suas cabeças.
Triste é
que, quando eu for reler este mísero texto, manuscrito que foi, eu não vou
conseguir entender nem a metade das palavras que escrevi.
Mas . . .
Triste mesmo será quando eu não tiver mais motivos para ficar triste. Porque aí,
eu me darei conta de que era feliz e não sabia.
A dualidade faz parte do ser humano:uma parte luz outra sombra, uma parte recional outra emocional, uma parte Feliz outra triste. Mas essa confissão é muito triste, explícitamente, implicitamente e no que diz sem ter dito. Arte Fenomenal!!!
ResponderExcluirObrigado C. Gulherme. Bem observado: "no que se diz sem ter dito". Vamos enfrentatar a realidade; o que faltou foi escancarar a chegada da senilidade. A qual será enfrentada com bravura, bom humor e... muitos copos de vinho, que ninguem é de ferro. À sua saúde !
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