Em
dezembro de 2009 escrevi “As vozes do Além” (Crônica Nº 16), na qual relato as
vicissitudes pelas quais passei numa viagem de trabalho ao Japão. Eu estava detalhando
com a Shikishima Spinning a construção
da fábrica de tecidos Seridó, no Estado
do Rio Grande do Norte Nas viagens para
Tokio, frequentemente passava por São Francisco da Califórnia, onde pernoitava
um ou dois dias. Em Tokio, ficava sempre hospedado no Imperial Hotel, ou “Imperiaro
Otero” como eles pronunciavam.
Nessa
manhã, eu havia acordado cedo e o imenso lobby do hotel estava deserto. E eu, mergulhado
nos meus pensamentos, através de um sopro misterioso, fui informado de que a
minha vida iria mudar. E para sempre. Não vou aqui deter-me nos detalhes mas
quem leu “As vozes do Além” sabe o que passei.
Desfeito
o sortilégio, voltei ao mundo dos cautos . . .
.
. . para descobrir, tantos anos depois, este mundo destroçado em que estamos
vivendo. Que força maligna, que desígnio superior, que conluio de deuses
enfurecidos se espalharam pelo universo para nos submeterem a esta penitência
sem previsão de tempo para cumpri-la.
Alguém
decidiu fazer justiça na terra, não há dúvida. “O saber supremo, a podestade divina e o primeiro amor” , como dizia Dante,
baixaram à terra e aplicaram o castigo devido: A Penitência Universal.
Olhemos
à nossa volta. O que vemos? O desarranjo
total do ser humano. A desorganização total da sociedade. A degradação total do
caráter. O aviltamento dos valores morais.
Guerras
entre países, lutas internas, rebeliões civis, conflitos entre raças e
violência
decorrente de preconceitos, tudo isso ornamentado por teses estapafúrdias
baseadas em ideologias, crenças religiosas ou simples preconceitos.
Hipocrisia,
egoísmo, suspeição, ganância, traições. O contato humano virou fantasia.
Preparemo-nos.
Temos uma penitência a cumprir. E cada um prestará contas ao seu Deus. Ou à
Divina Podestade.
Credo cruis !
ResponderExcluirAchei que nenhum pássaro cantasse
ResponderExcluirse um lavrador não mais colhe o que planta,
se uma família vai dormir sem janta
com um soluço preso na garganta.
Mas canta.
A despeito da justa prestação de contas à Divina Podestade, às guerras, conflitos, hipocrisia e todas a degradação do ser humano, a primavera invadiu a minha casa, os passarinhos não respeitaram a quarentena, os rios continuam a correr e mesmo os cervos e raposas vieram passear no jardim.
ExcluirE é assim que tem que ser: Colocar o ser humano em seu devido lugar!
Muito justo. É o sincro destino.
ExcluirEspero que cada um responda por seus atos! Não gostaria de um karma universal.
ResponderExcluirQuerida Marina. Obrigado pelo seu comentário. O que você pretende, e espera, é justo. A praga caiu sobre o Universo inteiro, e a Penitência será aplicada a cada um na medida dos seus méritos. Pace e Amore.
ResponderExcluirE assim funciona o ser humano, precisou uma pandemia para valorizarmos muitas coisas.
ResponderExcluirTomara que está valorização perdure. Acho que não, infelizmente!