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O conceito de pousada que serve de base para esta crônica é real e foi desenvolvido por Flamínio Spreafico, que o aplicou quando implantou a “Pousada do Cônego”, no bairro de mesmo nome, em Nova Friburgo. Ali ficamos em atividade por mais de quatro anos, numa experiência das mais gratificantes. O que segue é um resumo do texto que Flamínio redigiu para a apresentação da pousada no site que havia sido criado para divulgá-la. Se atraiu poucos clientes, não importa. Porque o convívio com aqueles que lá foram, valeu a pena.
Para isso criamos a “Pousada do Cônego”
Você já visualizou um lindo lugar com vaquinhas pastando, porquinhos fazendo honk... honk... crianças alegres e ruidosas jogando totó, longos passeios de charrete, lago com pedalinho, quadra poliesportiva, sala de jogos e um enorme salão para o buffet self-service com 54 tipos de comida. Pois nós não temos nada disso. Porque é de um lugar assim que você volta ainda mais estressado.
Ao criar a “Pousada do Cônego”, no verdejante vale que antecede o pico da Caledônia, palco de ricas experiências, queremos lhe proporcionar um lugar que lhe permita retomar o contato com a natureza, reeducar seus hábitos alimentares e refazer as energias físicas e mentais para a sua volta ao trabalho.
Este é um lugar diferente. Para começar, você não precisa acordar às seis horas da manhã para assistir a ordenha das vacas. Nós não temos vacas. Você pode acordar à hora que quiser, tomar café à hora que quiser e ficar na cama ouvindo o canto dos pássaros.
Nós não temos charrete, nem passeio a cavalo. Nós preferimos caminhar com nossas próprias pernas para exercitar o corpo e a mente.
Nós não temos quadra poliesportiva. Nós pisamos na grama descalços para restaurar o contato com a terra perdido há anos, colhemos ervas aromáticas em nossa horta, conversamos e rimos o tempo todo, um riso espontâneo e sadio, resgatando um relacionamento humano já esquecido.
Nós não temos salão de jogos com sinuca, totó e ping-pong para você passar o tempo depois do almoço. Depois do almoço nós nos reunimos para um bate papo agradável, com troca de experiências ou simplesmente tiramos um bom e restaurador cochilo embalados pelo canto dos sabiás.
Nós não temos self service com 54 tipos de comida ao qual você chega, disciplinadamente, em fila, torcendo para que as bandejas não se esgotem antes de você chegar lá e, lá chegando, comer o máximo que pode, estragando sua saúde, só para justificar o seu investimento. Nós lhe oferecemos um cardápio perfeitamente ajustado às suas necessidades, servido sobre toalhas brancas de puro algodão e com luz abundante para que você possa ver e degustar com tranqüilidade o que está comendo.
Nós não temos shows de música ao vivo. Para você ter uma idéia nós não temos nem televisão nos quartos! Depois do jantar nós nos sentamos em volta da lareira para degustar um bom vinho ou projetamos um filme com um tema instigante, que será sucedido por um debate, visando melhorar o nosso comportamento diante dos conflitos quotidianos.
Aqui, sim, você vai descansar de verdade. Bom fim de semana para todos.”
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