EM SILÊNCIO
Eu tive, na minha vida, duas
oportunidades para viver o silêncio absoluto, o “voto de silêncio”. Era jovem,
andava pelos 14 anos, morava no Recife e andava muito apegado à Igreja
Católica. Passada a praia de Boa Viagem estendia-se
um areal denominado Praia da Piedade. Ali havia um Convento de Frades, creio
que Dominicanos, bem ao longo da beira mar.
Durante a Semana Santa, o Convento
oferecia um retiro espiritual.
Entrávamos na segunda feira e saíamos depois do Domingo de Páscoa. Aderi imediatamente.
*A outra experiencia foi a permanência por um ano em um sítio no município de Amparo, em Nova Friburgo sem luz, sem jornal, sem telefone sem vizinhos.
O local era fascinante. Além das práticas religiosas podíamos tomar banho na praia sempre que houvesse um intervalo e sob vigilância de um sacerdote. Havia, porém, uma regra pétrea : O silêncio. Ninguém podia falar. Nem mesmo os frades, entre si, exceto quando proferiam o sermão do dia ou as orações de rotina. A partir da terça feira, iniciava-se o jejum. A comida era reduzida, dia a dia, até transformar-se, na Sexta Feira Santa, em meia batatinha cozida. Na água. E sem sal.
O que aprendi nesse retiro vale mais
do que anos de aprendizado acadêmico. Mais do que palestras de psiquiatras e psicólogos.
E saibam que desde esta experiencia até hoje passaram-se 81 anos.
Fuja da verborragia. Não massacre seus
amigos com bolodórios e arengas enfadonhas. Pense em silencio. E viva tranquilo.
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