E AGORA, SEU SEVERINO?
No ano de 2010 eu escrevi uma crônica chamada Madrugada
Insólita. Eu estava completando 80 anos. Muitos anos se passaram. Muita coisa
ocorreu depois disso. Dúvidas, sustos, medos e sonhos. Com isso veio o apoio da
família, e a sensação de proteção total. Segue-se o drama: o corpo que desmancha, a mente que desvanece,
a presença dos médicos, tudo isso, pra que?
O Inverno chegou e já se foi. Dentro de poucos dias chegará a
Primavera e, com ela, a temperatura que vem maltratando este corpo debilitado,
que estou definindo como: “Pernas Bambas e Miolo Mole”, se tornará amena.
Vixe, que vexame hein, seu Severino?
É seu galego cabra da
peste! Pois é, só que agora estou completando 94 anos e não sei o que fazer com eles.
Estou feliz na minha Mansão do Paraíso, no Bairro de Mury, Nova Friburgo. No
meio de bosques, com Eucaliptos e Pinheiros que se elevam, perfurando os céus. Enquanto
isso vou aqui invocando meus orixás.
Tenho uma família generosa que me protege e ajuda em tudo o que
preciso. Tenho um grupo de amigos fiéis, que me apoiam e incentivam nas horas incertas.
E agora só me resta dizer como o poeta: “E que mais no mundo se te faz preciso?
“