Setembro chegou
Setembro chegou. E com ele a Primavera que explode
em cores, sabores, aromas, sorrisos e murmúrios para as nossas almas trancadas
por força do castigo universal que se abateu sobre nossas cabeças. Feliz apesar
do castigo, sigo minha vidinha rica de surpresas, ao lado da minha companheira
e dos entes queridos e abnegados que cuidam de nós cuidando, até o mínimo detalhe,
para que nada nos falte.
Nada obstante, aproximando-me da
chamada “provecta idade” estou consciente das minhas limitações. Entre estas, o
uso de um implemento que termina com uma curva em forma de ganso invertida, e que
se tornou o móvel mais importante da casa: a Bengala. Ontem mesmo, depois de
saciar a fome com um prodígio culinário proporcionado pelo Bistrô Primavera,
sentindo-me merecedor de um descanso reparador, também chamado cochilo, resolvi
deitar-me na cama. Para tanto tratei de levar comigo a bengala já que
precisaria dela para, depois, levantar-me.
Nada. Não a encontrava. Procurei em
todos os recantos. Fui até a sala. Nada. Passei pela cozinha, pelo banheiro.
Nada. Contrariado, fiquei enfurecido e disse: “Ah, é assim ? Então não vou dar
cochilo coisa nenhuma, que se dane tudo. Eu vou pro meu computador que lá eu me
divirto.” Joguei a bengala em cima da
cama e fui !